Aderência de interface de revestimentos asfálticos reforçados com geossintéticos e diferentes taxas de emulsão
DOI:
https://doi.org/10.14295/transportes.v30i1.2632Palavras-chave:
Geossintéticos, Pavimentos, Ligantes asfálticos, Cisalhamento de interfaceResumo
A presente pesquisa avaliou, por meio de ensaios de cisalhamento tipo Leutner, o comportamento de aderência de revestimentos asfálticos reforçados com geossintéticos, avaliando diferentes taxas de emulsão e a relação dos resultados de cisalhamento com as propriedades físicas e mecânicas dos geossintéticos presentes na interface. Para tanto, corpos-de-prova foram extraídos de seções experimentais de campo, onde foram aplicadas 4 taxas de emulsão asfáltica de ruptura rápida (RR-2C) e 3 geocompostos de reforço (PET, PVA e Fibra de vidro). Os resultados mostraram que houve melhor desempenho de resistência ao cisalhamento e módulo de rigidez de interface quanto maior a taxa de emulsão aplicada para todos os geocompostos. Este aumento foi de 129 %, 73% e 146% para interface com geocompostos de reforço de PET, PVA e fibra de vidro, respectivamente. A capacidade de retenção de asfalto dos geossintéticos não esteve relacionada à máxima aderência de interface, uma vez que taxas mais altas foram usadas. As propriedades físicas dos geossintéticos apresentaram influência sobre os resultados de aderência, com destaque para espessura, massa por unidade de área e abertura de malha das geogrelhas presente no geocompostos. Geossintéticos mais rígidos não levaram à maiores valores de aderência de interface, enquanto levaram a um maior módulo de rigidez de interface. A influência do aumento da taxa de ligante foi maior do que a influência das propriedades físicas e mecânicas dos geossintéticos.
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