Avaliação retrorrefletiva de pintura de demarcação horizontal: peculiaridades e considerações sobre a norma e os requisitos mínimos nacionais
DOI:
https://doi.org/10.14295/transportes.v23i3.886Palavras-chave:
demarcação viária, retrorrefletividade, requisitos mínimos, retrorrefletômetro.Resumo
A retrorrefletividade das pinturas de demarcações horizontais permite a visibilidade da sinalização viária durante a noite, impactando diretamente a segurança da via. O Brasil emprega normas e requisitos mínimos internacionas que foram parcialmente adaptados para as condições do país. De maneira geral, tais adaptações reduziram os níveis de segurança exigidos por estes importantes dispositivos, fato que pode acarretar prejuízos à condição de segurança e conforto. A partir da avaliação ao longo de dois anos de três segmentos experimentais, um rodoviário e dois urbanos, com diferentes tipos de demarcações e materiais, buscou-se fazer uma análise crítica da pertinência da forma de avaliação normativa no Brasil, bem como estudar o impacto da chuva, do acúmulo de sujeira e da geometria dos retrorrefletômetros sobre o desempenho da sinalização horizontal. Como esperado, demarcações empregando material termoplástico apresentaram um desempenho superior àquelas com tinta acrílica. O efeito abrasivo da interação pneu-pavimento desgasta tais dispositivos, reduzindo o número de elementos retrorrefletivos (microesferas); entretanto, a combinação tráfego mais precipitação mostrou-se positiva por permitir a limpeza “natural” da sinalização. Para o trecho urbano, o efeito da sujeira foi tão prejudicial quanto à abrasão causada por veículos pesados. A análise da retrorrefletividade, obtida com diferentes geometrias, perante limites mínimos nacionais e internacionais, demonstrou que os índices mínimos de retrorrefletividade aplicados no Brasil são pouco exigentes, merecendo, portanto, serem rediscutidos para melhor atender aos quesitos de segurança viária.
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