Efeitos da periferização nos níveis de acessibilidade aos empregos da população de baixa renda em Fortaleza
DOI:
https://doi.org/10.14295/transportes.v28i3.1810Palavras-chave:
Acessibilidade urbana. Desigualdades socioespaciais na acessibilidade. Segregação socioespacial. Planejamento urbano integrado.Resumo
A expansão urbana por meio da segregação socioespacial involuntária, quando concomitante a um processo de concentração de empregos, afeta negativamente a acessibilidade ao trabalho de certos grupos populacionais. O segmento mais impactado é a população de baixa renda, pois está sujeita a restrições socioeconômicas que a impedem de residir nas regiões mais acessíveis aos empregos. Fortaleza é exemplo dessa problemática, com a maioria da população de baixa renda residindo nas regiões a oeste da cidade, distantes da maior oferta de postos de trabalho na região Central. Para uma melhor compreensão dessa problemática, este trabalho propõe um método de caracterização e diagnóstico para avaliar a magnitude dos problemas e suas mútuas dependências. Para isto, fez-se uso da modelagem integrada na obtenção de indicadores, aplicando-se então ferramentas de análise espacial exploratória em áreas que permitiram a verificação de evidências das intra e inter-relações nos subsistemas de uso do solo e transportes, corroborando a hipótese de causalidade dos efeitos da periferização da população de baixa renda sobre seus baixos níveis de acessibilidade aos empregos ofertados em Fortaleza.
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