Medidas de Transporte Urbano de Cargas na Região Metropolitana de São Paulo nas últimas décadas
DOI:
https://doi.org/10.58922/transportes.v31i2.2785Palavras-chave:
Transporte de carga urbana, Planejamento urbano, Política urbana, Medidas de transporte urbano de cargaResumo
Várias cidades costumam ter áreas restritas compartilhadas por pessoas e veículos de carga. Logo, as autoridades públicas geralmente gerenciam os conflitos de uso do espaço urbano implementando medidas para limitar os impactos negativos das atividades de transporte de mercadorias, e algumas medidas revelam outras razões (políticas) para serem implementadas. As medidas são classificadas por infraestrutura (anel viário, estacionamento na rua e áreas de descarga/descarga, pontos de coleta), governança (controle de tráfego de caminhões, zoneamento, janelas de tempo, rotas preferenciais e pedágios urbanos) e equipamentos (tipo de veículos e combustíveis alternativos). Este estudo analisa as medidas de gestão do Transporte Urbano de Cargas (TUC) na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). Fizemos uma análise aprofundada das medidas UFT na RMSP de 1960 a 2020. Pesquisamos bancos de dados de documentos das cidades e usamos rotinas Python para reconhecer e filtrar informações de texto, depois comparamos o surgimento de medidas com mudanças na população, PIB e frota. Concluímos que o descarregamento/carregamento fora da via e as restrições ao tráfego de veículos pesados são as medidas mais comuns implementadas pelas cidades da RMSP ao longo do tempo. A maioria das cidades com alto crescimento também apresenta aumento da demanda por UFT, levando a restrições principalmente em relação a veículos de grande porte no centro da cidade. Cidades perto da cidade de São Paulo e que apresentam uma crescente frota de caminhões parecem não investir na restrição de caminhões; geralmente essas cidades atraem armazéns e/ou transportadoras de onde fazem a entrega na cidade de São Paulo. Além disso, constatamos que as políticas públicas não têm sido coordenadas entre os municípios e que a maioria das medidas não é avaliada antes de sua implementação.
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