Avaliação das emissões de escapamento veicular em condições específicas do motor: partida e marcha-lenta

Autores

  • Suzana de Oliveira Aguiar Instituto Federal do Ceará (IFCE) /Mestrado em Tecnologia e Gestão Ambiental
  • Rinaldo dos Santos Araújo Instituto Federal do Ceará (IFCE) /Mestrado em Tecnologia e Gestão Ambiental
  • Francisco Sales Ávila Cavalcante Universidade Estadual do Ceará (UECE)/Mestrado Acadêmico em Ciências Físicas Aplicadas
  • Rita Karolinny Chaves de Lima Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB)/ Engenharia de Energias
  • Bruno Vieira Bertoncini Universidade Federal do Ceará (UFC)/ Departamento de Engenharia de Transportes
  • Rita Karolinny Chaves de Lima
  • Mona Lisa Moura Oliveira Universidade Estadual do Ceará (UECE)/ Mestrado Acadêmico em Ciências Físicas Aplicadas Instituto Federal do Ceará (IFCE) /Mestrado em Tecnologia e Gestão Ambiental

DOI:

https://doi.org/10.14295/transportes.v23i3.896

Palavras-chave:

Emissão veicular, Poluição do ar, Ciclos Otto/Diesel, Combustão.

Resumo

O crescimento exponencial do quantitativo de veículos automotores no Brasil, sobretudo nos grandes centros urbanos, contribui com a emissão de elevadas taxas de poluentes atmosféricos comprometendo a qualidade do ar e, consequentemente, a saúde da população. Este trabalho possui como objetivo principal avaliar as emissões de poluentes atmosféricos oriundas de veículos automotores equipados com motor ciclo Otto (gasolina e álcool) e/ou ciclo Diesel em condições específicas do motor, nomeadamente, partida (a frio ou a quente) e marcha-lenta. Os resultados ratificam a importância de se considerar o adicional das emissões de poluentes da partida a frio, uma vez que os veículos a álcool e a gasolina atingiram elevadas concentrações de emissão de CO e HC e, no caso do diesel, o NOx. Em geral, o procedimento utilizado neste estudo para análise dos gases de escapamento de forma instantânea, mostrou-se eficiente na demonstração do adicional da partida a frio em relação às condições estabilizadas de operação do motor. Durante a partida a frio, observam-se os maiores níveis de emissões de HC e CO para o veículo movido a E100, o que se deve principalmente às características físico-químicas do etanol, como o alto calor latente de vaporização. Em termos gerais, a metodologia simples e acessível utilizada nesta pesquisa pode ser útil em diagnósticos de emissões veiculares, como também no monitoramento e manutenção veicular regular/preventiva de fontes móveis de emissão de poluentes, além de corroborar para o estudo do adicional de emissões nas condições avaliadas (i.e. inventários de emissões atmosféricas).

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Suzana de Oliveira Aguiar, Instituto Federal do Ceará (IFCE) /Mestrado em Tecnologia e Gestão Ambiental

Mestre em Tecnologia e Gestão Ambiental pelo IFCE. Área de atuação: Química Ambiental e poluição atmosférica.

Rinaldo dos Santos Araújo, Instituto Federal do Ceará (IFCE) /Mestrado em Tecnologia e Gestão Ambiental

Professor adjunto do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia e Gestão Ambiental (IFCE). Área de atuação: Química Ambiental, Emissões Atmosféricas, catálise ambiental.

Francisco Sales Ávila Cavalcante, Universidade Estadual do Ceará (UECE)/Mestrado Acadêmico em Ciências Físicas Aplicadas

Professor do Mestrado em Fisica Aplicada do Cento de Ciências e Tecnologia (CCT) da UECE.  Área de atuação: poluição atmosférica e energias alternativas.

Rita Karolinny Chaves de Lima, Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB)/ Engenharia de Energias

Professora adjunta do curso de Engenharia de Energias da Unilab/ Área de atuação: Tecnologias e Desenvolvimento Sustentável.

Bruno Vieira Bertoncini, Universidade Federal do Ceará (UFC)/ Departamento de Engenharia de Transportes

Professor adjunto do curso de Pós-Graduação do Departamento de Engenharia de Transportes. Área de atuação: Estudo de emissões de poluentes provenientes de transporte.

Mona Lisa Moura Oliveira, Universidade Estadual do Ceará (UECE)/ Mestrado Acadêmico em Ciências Físicas Aplicadas Instituto Federal do Ceará (IFCE) /Mestrado em Tecnologia e Gestão Ambiental

Professora do Mestrado em Fisica Aplicada do Cento de Ciências e Tecnologia (CCT) da UECE e do Mestrado em Tecnologia e Gestão Ambiental do IFCE.  Área de atuação: Engenharia térmica (Combustão), Emissões e Catálise Ambiental.

Referências

ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR6601: Veículos rodoviários automotores leves — Determinação de hidrocarbonetos, monóxido de carbono, óxidos de nitrogênio, dióxido de carbono e material parti-culado no gás de escapamento. Rio de Janeiro, RJ: ABNT, 2012.

Achour, H.; Carton, J.G.; Olabi, A.G. Estimating vehicle emissions from road transport, case study: Dublin City. Applied Energy, v. 88, p. 1957-1964, 2011. DOI:10.1016/j.apenergy.2010.12.032

Anderson, H.R. (2009). Air pollution and mortality: a history. Atmospheric Environment, v. 43, p. 142-152. DOI:10.1016/j.atmosenv.2008.09.026.

ANP - Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Bio-combustíveis. Resolução ANP Nº 50, DE 23.12.2013, especificações do óleo diesel de uso rodoviário (teor de enxofre no óleo diesel).

Brett C. Singer, Thomas W. Kirchstetter, and Robert A. Harley. Gary R. Kendall and James M. Hesson (1999). A Fuel-Based Approach to Estimating Motor Vehicle Cold-Start Emissions. Journal of the Air & Waste Management Association, n. 49, p. 125-135.

DOI:10.1080/10473289.1999.10463785.

Calcagno, James A., Evaluation of Heavy-Duty Diesel Vehicle Emissions During Cold-Start and Steady-State Idling Conditions and Reduction of Emissions from a Truck-Stop Electrification Program. PhD diss., University of Tennessee, 2005.http://trace.tennessee.edu/utk_graddiss/1892.

CETESB (2013) - Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, Fatores médios de emissão de veículos leves novos. Disponível em: http://veicular.cetesb.sp.gov.br/wp-content/uploads/sites/35/2013/12/relatorio-emissoes-veiculares-2011.pdf. Acesso em: 01/08/2014.

Confederação Nacional do Transporte (CNT). Maioria dos estados já conta com planos para controlar poluição veicular. 2011. Disponível em: <http://www.cnt.org.br/Paginas/Agencia_Noticia.aspx?n=7728>. Acesso em: 15 dez. 2014.

Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Reso-lução Nº 451/2012- Dispõe sobre critérios para a elabora-ção de Planos de Controle de Poluição Veicular-PCPV e para a implantação de Programas de Inspeção e Manu-tenção de Veículos em Uso-I/M. Brasília, DF: CONAMA. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/le

giabre.cfm?codlegi=675>. Acesso em: 10 dez. 2014.

Dardiotis C., Fontaras G., Marotta A., Martini G., (2015). Urbano Manfredi: Emissions of modern light duty ethanol flex-fuel vehicles over different operating and environ-mental conditions. Fuel, v. 140, n. 15, p. 531–540.

DOI:10.1016/j.fuel.2014.09.085

Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN). Esta-tística da frota nacional em dezembro de 2013. Brasília, DF: DENATRAN. Disponível em: <http://www.denatran.gov.br/frota2013.htm>. Acesso em: 12 jan. 2015.

ECIL Temperatura Industrial. Chemist 400: analisador portátil de gases de combustão: manual de operações. Disponível em: < http://pt.scribd.com/doc/269124124/Manual-Portugues-Chemist-rev1#scribd>. Acesso em: 08 abr. 2014.

EPA (1998). Emission facts: idling vehicle emissions. Unit-ed States Environmental Protection Agency. Air and Ra-diation. EPA420-F-98-014 April 1998. Office of Mobile Sources. Washington, DC, 1998. Disponível em: <http://www3.epa.gov/otaq/consumer/f98014.pdf>. Acesso em: 22 nov. 2015.

EPA (2008). Emission facts: idling vehicle emissions for passenger cars, lightduty trucks, and heavy-duty trucks. Office of Transportation and Air Quality. United States Environmental Protection Agency. Air and Radiation. EPA420-F-08-025 October 2008. Office of Mobile Sources. Washington, DC, 1998. Disponível em: <http://www3.epa.gov/otaq/consumer/420f08025.pdf>. Acesso em: 21 nov. 2014.

EPA. Principles for Greener Cleanups; August 27, 2009; http://www.epa.gov/sites/production/files/2015-01/docu

ents/epa_r3_greener_cleanup_sustainable_reuse_po

licy.pdf. Acesso em Janeiro de 2015.

Faiz A., Weaver C. S., Walsh, M.P. (1996) Air pollution from motor vehicles: standards and technologies for con-trolling emissions. Technical Report. The World Bank, Washington, D.C., 1996. Disponível em: <www.un.org/esa/gite/iandm/faizpaper.pdf >. Acesso em: 11 dez. 2014.

Fenger, J. (2009). Air pollution in the last 50 years – From local to global. Atmospheric Environment, v. 43, p. 13-22.

DOI:10.1016/j.atmosenv.2008.09.061.

Freitas L. C., Kaneko S. (2011). Ethanol demand under the flex-fuel technology regime in Brazil. Energy Econom-ics. v. 33, n. 6, p. 1146–1154.

DOI:10.1016/j.eneco.2011.03.011

Favez J.-Y, Weilenmann M., Stilli J. (2009). Cold start extra emissions as a function of engine stop time: Evolu-tion over the last 10 years. Atmospheric Environment, v. 43, p. 996–1007. DOI:10.1016/j.atmosenv.2008.03.037.

Silva, Katia C.C.; Daemme, Luiz Carlos; Macedo, Valeria; Penteado, Renato; Corrêa, Sergio Machado (2014). Estu-do das emissões de álcool não queimado e aldeídos em veículo Flex analisadas pelas técnicas de Cromatografia e FTIR.. In: Anais do XXII Simpósio Internacional de En-genharia Automotica – SIMEA 2014. São Paulo: Blucher. p. 471-480. DOI 10.5151/engpro-simea2014-67.

Guarieiro, L. L. N.; Vasconcellos, P. C.; Solci, M. C. (2011). Poluentes atmosféricos provenientes da queima de com-bustíveis fósseis e biocombustíveis: uma breve revisão. Ver. Virtual Química, v. 3, n. 5, p. 434 – 445. DOI: 10.5935/1984-6835.20110047

Hansen, M. (2008). Proposição de um método para avali-ação do adicional de emissões veiculares em partida a frio. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Escola de Engenharia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. http://www.ibama.gov.br/servicosonline/ctf/publico/sel_marca_modelo_rvep.php. acesso em Janeiro de 2015.

IBRAM. Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Hí-dricos do Distrito Federal (2008). Relatório de Monitora-mento da Qualidade do Ar no Distrito Federal. Distrito Federal, 2008.

Lim, H. (2003) Study of exhaust emissions from idling heavy duty diesel trucks and commercially available idle reducing devices. SAE Technical Paper 2003-01-0288, USA. DOI:10.4271/2003-01-0288.

Lisboa, H. M. Schirmer, W. N.; Kawano, M.; Quadros, M. E. (2008). Controle da poluição atmosférica. Florianópo-lis: [s.n], v. 1, p. 352.

Martins J. (2013). Motores de Combustão Interna. 4. ed. Publindústria.

Manzoli, A.; Schaal, R. E. (2009). Circulação de veículos com motores frios: o problema da emissão de CO e HC. Revista Minerva, v. 6, n. 1, p. 31 – 38.

Ministério do Meio Ambiente (MMA) (2009). Consulta dos níveis de emissão dos veículos novos brasileiros. Disponível em: < http://www.ibama.gov.br/servicoson

line/ctf/publico/sel_marca_modelo_rvep.php>. Acesso em: 13 out. 2014.

Natural Resources Canada (NRCan) (2014). Bulletins. july and agust 2004. Disponível em: <http://nrcan.gc.ca/

energy/regulations-codes-standards/7015>. Acesso em: 09 jun. 2015.

Oliveira, M. L. M.; Silva, C. M.; Moreno-Tost, R.; Farias, T. L.; Jiménez-López, A.; Rodríguez-Castellón, E. (2009). Simulation of SCR equipped vehicles using iron-zeolite catalysts. Applied Catalysis A: General, v. 366, p. 13 – 21, DOI:10.1016/j.apcata.2009.06.020

Rakha, H. and Y. Ding.. (2003). Impact of Stops on Vehi-cle Fuel Consumption. Journal of Transportation Engi-neering 129, n. 1, 23-32.

DOI:10.1061/(ASCE)0733-947X(2003)129:1(23).

Rocha M.S., Simões-Moreira J.R. (2005). A simple imped-ance method for determining ethanol and regular gasoline mixtures mass contents. Fuel, v. 84, p. 447– 452.

DOI:10.1016/j.fuel.2004.09.011.

Souza, C. D. R. Silva, S. D., da Silva, M. A. V., D’Agosto, M. A., Barboza, A. P. (2013) Inventory of conventional air pollutants emissions from road transportation for the state of Rio de Janeiro. Energy Policy. p. 125–135, v. 53. DOI:10.1016/j.enpol.2012.10.021.

Takeshita, E. V.; Rezende, R. V. P.; Souza, S. M. A. G. U.; Souza, A. A. U. (2008). Influence of solvent addition on the physicochemical properties of Brazilian gasoline. Fuel, v. 87, p. 2168 – 2177. DOI:10.1016/j.fuel.2007.11.003

Tavares, J. R.; Sthel, M. S.; Campos, L. S.; Rocha, M. V.; Lima, G. R.; Silva, M. G.; Vargas, H. (2011). Evaluation of Pollutant Gases Emitted by Ethanol and Gasoline Powered Vehicles. Procedia Environmental Sciences, v. 4, p. 51-60. DOI:10.1016/j.proenv.2011.03.007.

Thomas, V. (2004). Leaded Gasoline Phase-Out. Prince-ton Environmental Institute. Princeton University.

Tu J., Wayne W. S., Perhinschi M. G.. Correlation Analysis of Duty Cycle Effects on Exhaust Emissions and Fuel Economy. JTRF, v. 52, n. 1, Spring, 2013. DOI:10.1.1.308.6174.

Wallington T.J., Sullivan J.L., Hurley Michael D. (2008). Emissions of CO2, CO, NOx, HC, PM, HFC-134a, N2O and CH4 from the global light duty vehicle fleet. Meteorolo-gische Zeitschrift, v. 17, n. 2, p. 109-116.

DOI: 10.1127/0941-2948/2008/0275.

Wenzel, T., Singer, B. C., Slott, R. (2000). Some Issues in the Statistical Analysis of Vehicle Emissions. Journal of Transportations and Statistics. v. 3, p. 1-14.

DOI: 10.1.1.120.9877.

Xiaodong D., Carriquiry, M. A. (2013). Flex-fuel vehicle adoption and dynamics of ethanol prices: lessons from Brazil. Energy Policy, v. 59, p. 507–512. DOI: 10.1016/j.enpol.2013.04.008.

Yamamoto, S. S.; Phalkey, R.; Malik, A. A. (2014). A systematic review of air pollution as a risk fator for cardi-ovascular disease in South Asia: Limited evidence from India and Pakistan. International Journal of Hygiene and Environmental Health, v. 217, p. 133 – 134.

DOI:10.1016/j.ijheh.2013.08.003.

Downloads

Publicado

23-12-2015

Como Citar

Aguiar, S. de O., Araújo, R. dos S., Cavalcante, F. S. Ávila, Lima, R. K. C. de, Bertoncini, B. V., Lima, R. K. C. de, & Oliveira, M. L. M. (2015). Avaliação das emissões de escapamento veicular em condições específicas do motor: partida e marcha-lenta. TRANSPORTES, 23(3), 35–43. https://doi.org/10.14295/transportes.v23i3.896

Edição

Seção

Artigos