Espraiamento urbano e seus impactos nas desigualdades socioespaciais da acessibilidade ao trabalho em Fortaleza
DOI:
https://doi.org/10.14295/transportes.v29i1.2348Palavras-chave:
Espraiamento Urbano, Segregação Urbana, Planejamento da acessibilidade urbana, Desigualdades socioespaciais na acessibilidadeResumo
O espraiamento urbano é um fenômeno comum nas metrópoles brasileiras. A população de alta renda conduz um processo de autossegregação socioespacial que, combinado à periferização de segmentos de baixa renda, tem contribuído para o agravamento da problemática das desigualdades na acessibilidade às atividades urbanas. Esta pesquisa exploratória buscou investigar os efeitos do espraiamento residencial urbano sobre os níveis de acessibilidade às oportunidades de emprego em Fortaleza, e como esses efeitos impactam de forma desigual os distintos grupos socioeconômicos. Para tanto, propôs-se uma representação conceitual dessa problemática e sua caracterização a partir da definição e territorialização de indicadores agregados de uso do solo e de acessibilidade aos postos de trabalho. Os resultados apontam processos de descentralização distintos por grupo de renda, com distribuições desiguais e não equânimes do acesso às oportunidades de empregos, configurando Fortaleza como uma produção de duas cidades díspares e segregadas, a dos ricos e a dos pobres.
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